O que é apraxia da fala na infância?

É um distúrbio neurológico motor da fala, caracterizado pela dificuldade que a criança apresenta para programar e planejar as sequências dos movimentos motores da fala, resultando em erros na produção sonora. Essa falha ocorre entre no caminho da informação enviada pelo cérebro, que ordena o momento exato da articulação e produção da fala. Assim, a criança compreende, porém apresenta a fala ininteligível e não automatizada.
Quais as características devemos observar?
Atraso da fala;
Fala distorcida, com erros e repetição de palavras ou sons;
Dificuldade para repetir palavras;
Maior preferência por usar expressões não verbais para se comunicar;
Dificuldade de coordenação motora global e fina;
As vezes apresenta baba;
Podem apresentar dificuldade para comer e beber;
Apresenta pausas alongadas entre sons e / ou sílabas;
Fala com melodia pouco convencional.
Como ocorre?
Associada à etiologia neurológica (doença intra-uterina), infecções, lesão cerebral ou trauma;
Desordens neuro comportamentais complexas (genética, metabólica), assim associada ao autismo, X frágil, algumas formas de epilepsia e outros.
A apraxia de fala na infância é mais frequente em meninos do que nas meninas. Porém, quando ocorre nas meninas, na maioria das vezes a manifestação é sempre mais severa.
Como diagnosticar e tratar?
O diagnóstico deve ser realizado por uma equipe interdisciplinar (fonoaudióloga, neuropediatra, neuropsicologo e psicopedagoga), durante o período do desenvolvimento de linguagem. É uma desordem rara e com reabilitação de longo prazo, que deve ser realizado pela fonoaudiologia.
Márcia Regina Ribeiro Capitanio
Fonoaudióloga e Psicopedagoga
CRFA 2-20036
Referências:
Childhood Apraxia of Speech Association-recomendação da Associação Norte Americana de Apraxia de Fala na Infância (CASANA)
Hall PK, Jordan LS, Robin DA. Developmental apraxia of speech: Theory and clinical practice. Austin, TX:Pro-Ed, 2017
Souza TNU, Payão LMC, Costa RCC. Apraxia da fala na infância em foco: perspectivas teóricas e tendências atuais. Pró-Fono Revista de Atualização Científica. 2009. jan-mar;21(1):75-80.
Tags: